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Formigueiro em movimento: Feverestival mergulha em estudos durante pandemia e mira 16ª edição

Atualizado: 18 de nov. de 2021


Festival realizado em Campinas/SP foi premiado por dois editais em 2020 por sua trajetória e celebra conquistas, se preparando para 16ª edição em 2022 com inovações e hibridismo para festivais


“Queremos tirar da zona de conforto e desbravar toda a potência que este momento nos oferece. Se chegamos até aqui, é porque o próprio Feverestival nos fez assim. Somos todos crias dele e alimentamos este ciclo para que outras pessoas possam colher frutos em suas trajetórias também”. – Bruna Schroeder, membro do Núcleo Gestor do Feverestival


Premiado duas vezes em 2020 neste ano por sua trajetória na cena artística contemporânea – Prêmio de Trajetória Artística pelo ProAC Expresso Lei Aldir Blanc e Prêmio por Trajetória Cultural pelo Município de Campinas –, o Feverestival - Festival Internacional de Teatro de Campinas, se consolida cada vez mais como uma oportunidade fértil e valiosa na formação de novos gestores culturais e um berço de talentos para a cena teatral do Brasil.


O festival em si continua a ser realizado em fevereiro, mas as ações que o cercam ganharam protagonismo o ano todo. Especialmente em 2021, passa por uma caminhada próspera na realização de estudos sobre hibridismo na produção de festivais e programação para artistas que inclui ações de profissionalização e caminhos para a sustentabilidade financeira.


Com um Núcleo Gestor jovem e inovador, o Feveres, como é carinhosamente chamado, sempre buscou investir em formação de equipe ao longo de suas edições, e hoje tem a oportunidade de expandir esta frente.


Após uma intensa reestruturação das atividades, provocada pelo isolamento social, o Feverestival optou por realizar diversas ações contínuas ao longo do ano em vez de dedicar-se somente à realização de uma edição virtual. Com isso, ele realizou, com apoio do Sesc Campinas, as Ações Pedagógicas 2021 – 1º Semestre, que trouxe três cursos voltados à gestão de projetos e equipe, curadoria de festivais e programação internacional em artes cênicas.


Observação e estudos

O festival colocou-se desde o início da pandemia do Covid-19, em março de 2020, em uma posição de observador para acompanhar alguns dos movimentos que estão acontecendo em torno das artes no país. “Hoje temos como foco discutir como é produzir o Feverestival e ampliar a atuação tanto no território que ele ocupa, quanto na virtualidade. Estamos acompanhando o trabalho de outros fazedores de festivais e isso tem contribuído para descobrirmos novos modos de produzir”, explica Victor Ferrari, membro do Núcleo Gestor.


Apelidados de “formigas”, os membros do Feverestival trabalham hoje diariamente para desenvolver novos meios criativos de promover um festival de teatro no Brasil e enxergam, a partir destes estudos, possibilidades híbridas que vão além da exibição de uma peça no palco físico ou virtual.

Bruna Schroeder, membro do Núcleo Gestor, conta que a partir desta investigação já está sendo possível traçar um novo festival para a 16ª edição – que todos esperamos acontecer em 2022. “O formato híbrido é muito amplo. Filmar um conteúdo e veicular online, por exemplo, já envolve uma mistura de vários formatos. Estamos nos preparando para termos a flexibilidade de produzir ele em fevereiro do melhor jeito possível”.


Atual formigueiro

O Núcleo Gestor do Feverestival 2021 é composto por Bruna Schroeder, Dandara Lequi, Dudu Ferraz, Francisco Barganian, Lucas Michelani, Victor Ferrari e Vini Silveira. A maioria deles iniciou sua experiência na área de festivais como bolsista no próprio Feveres, passando para assistente de produção, parte de uma equipe e agora assumindo a gestão. “Tivemos esta trajetória em comum e queremos que outras pessoas possam também ocupar este espaço”, relata Bruna. “Esta é uma das principais funções das ações pedagógicas, que já se tornaram marca essencial da nossa programação”.


Os membros trabalham hoje recebendo uma remuneração mensal por seus trabalhos, uma grande conquista para a trajetória do festival. “Hoje isso acontece graças aos editais e não por outras formas de financiamento”, aponta Vini Silveira, membro do Núcleo Gestor. “Estudamos sobre sustentabilidade financeira para conseguirmos nos planejar tanto a curto, quanto a médio e longo prazo, alcançando novas formas de captar verba para a realização do nosso trabalho que é contínuo”.


Segundo Victor, as conquistas do Feverestival são divulgadas nas redes sociais (@feverestival) e tudo o que está ali é um gostinho do trabalho constante das formigas, que dividem suas funções em Grupos de Trabalho, os GT’s: “Temos o GT de Ações Artísticas, que estuda a história do Feverestival; o GT de Administração/Planejamento, que pauta a sustentabilidade financeira e gestão de equipe; o GT de Comunicação, que mantém as redes ativas e atuantes; GT de Leis de Incentivo e Elaboração de Projetos; e o GT de Ações Pedagógicas, responsável pelos cursos”.


Histórico e essencial para o Brasil

O Feverestival nasceu como um pequeno formigueiro em 2003, resultado da alta demanda por um espaço de compartilhamento das pesquisas e processos cênicos, realizados nos cursos e oficinas de grupos teatrais com sede em Barão Geraldo, distrito de Campinas/SP, como Lume Teatro, Barracão Teatro e Boa Companhia. A ideia era que o evento fosse feito de pequenas produções e muitas pessoas, que se movimentavam feito formigas de um lado para o outro, acompanhando as atividades.


Com o passar dos anos e de 15 edições, o festival foi crescendo e tomando outras formas, proporções e lugares. Ganhou espaço por Campinas, reconhecimento nacional e internacional e um Núcleo, responsável por cuidar deste formigueiro.


Rede de expansão

O Feveres hoje é reconhecido como um dos principais festivais de teatro do país e por isso mesmo a participação dele é cada vez mais constante nas rodas de discussões sobre o fazer artístico e cultural brasileiro. “Optamos por não realizar o festival de forma online em 2021 propositalmente, para que pudéssemos dedicar nossa energia nos estudos”, explica Victor. “Hoje cada gestor faz suas pontes com outros fazedores, somos parte da Rede de Festivais do Brasil e buscamos manter sempre o diálogo por lá”.


Segundo Bruna, já que o Núcleo Gestor explora em 2021 este terreno da inovação, ainda este ano o festival vai explorar alguns formatos inéditos de contato com o público, investigando o que pode funcionar para a 16ª edição, além de outras ações pedagógicas para fomentar pesquisas em torno do assunto.


Ações Pedagógicas 2021 – 1º Semestre

As Ações Pedagógicas 2021 – 1º Semestre foram realizadas com apoio do Sesc Campinas, parceiro de longa data do Feveres. Elas foram compostas por cursos de produção que tinham como objetivo fomentar reflexões e compartilhar diferentes perspectivas e estratégias de trabalho no campo da produção cultural, com foco para a gestão de festivais de teatro no Brasil. O principal propósito na realização das atividades foi o de investir na qualificação e profissionalização de agentes culturais das diversas áreas que compõem os festivais.


Para nortear a elaboração das Ações, o Núcleo Gestor contou com a colaboração e curadoria de Mariella Siqueira – produtora cultural e coordenadora do Feverestival até 2017. “A curadoria foi realizada de forma colaborativa, tendo um período de pesquisa tanto pelo histórico do Feverestival, quanto por profissionais que atuam em diferentes festivais pelo país”, explica. Entre os ministrantes convidados, estiveram presentes Rita Aquino (FIAC Bahia), Dane de Jane (FIMC Cariri) e Pedro de Freitas (Périplo).

“Profissionalizar e qualificar uma equipe foram os fatores que provocaram a criação dos nossos cursos: recebemos inscrições de agentes culturais com experiências em festivais e demais interessados de todo o Brasil. As turmas foram diversas. Convidamos ainda algumas pessoas que já estiveram na produção do Festival e outras que nunca participaram, mas que identificamos uma atuação muito presente no campo cultural de Campinas”, conta Victor Ferrari.


Os convidados atuam, pesquisam e têm experiência docente na área. Todos se tornaram parceiros do Festival de diferentes maneiras ao longo dos anos e chegam para somar em um tempo de trocas e qualificação profissional. Para compor a temporada de cursos, a gestão optou por trazer mais ministrantes mulheres, justamente por a maioria dos espaços de fala sobre estes assuntos ser ocupada por homens. Todos os nomes escolhidos têm relação direta com o Feverestival ou com a realização de grandes e importantes festivais culturais pelo Brasil.


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